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USIMINAS marca reunião e tenta pressionar mesma proposta de redução de salários e demissões

18/06/2015

Ontem, no final do dia, a USIMINAS solicitou uma reunião com o Sindicato que foi agendada para hoje dia 18/06.

Na reunião, a USIMINAS insistiu na mesma proposta vergonhosa de cortar de 14% a 16% dos salários de TODOS os trabalhadores na semana inglesa.  A USIMINAS deixou claro que quer cortar salários e ao mesmo tempo demitir e, por isso, a proposta não garante estabilidade no emprego. Ou seja, em um mesmo setor, a USIMINAS pode demitir uma parte e quem ficar na área vai ter os salários reduzidos e trabalhar dobrado. E a empresa ainda pode contratar novos trabalhadores com o salário base já reduzido em 15% e ir substituindo os trabalhadores atuais por outros com menores salários. Assim, a USIMINAS pode rebaixar de forma permanente os salários.

As propostas do Sindicato são:

1. Retirar do Caixa da empresa, que conforme a divulgação do resultado do 1º trimestre de 2015, está em 2 bilhões e 600 milhões. Com a redução de salários a USIMINAS afirma que economizaria o valor de 2 milhões e 600 milhões, esse valor corresponde a 0,1% do disponível em caixa. Ou seja, retirar 0,1% da USIMINAS e não 15% dos trabalhadores.

2. Que os acionistas majoritários, Nippon Steel (2ª maior produtora mundial de aço e que lucrou 1,8 bilhões de dólares em 2014 ) e Ternium/Tenaris assumam os descontos que a Usiminas quer fazer nos salários. Os 15% que a empresa quer reduzir dos salários corresponde a  0,04% do lucro só da Nippo. 

3. Que seja reduzida a jornada, sem redução de salário, o que já geraria economia para a empresa (transporte, alimentação, energia, água, etc...)

4. Implantar a 5ª Letra

Tanto nós do Sindipa, como os Sindicatos de Santos, Belo Horizonte e Porto Alegre já dissemos que não vamos aceitar essa proposta vergonhosa. E agora vamos intensificar a mobilização para impedir esse ataque. 

PARTICIPE DAS MOBILIZAÇÕES CHAMADAS PELO SINDICATO! É NA LUTA QUE ENFRENTAMOS A PRESSÃO DOS PATRÕES E DEFENDEMOS NOSSOS DIREITOS! 

Na semana passada, recebemos várias denúncias de reuniões feitas pela chefia para obrigar os trabalhadores a assinar um abaixo assinado feito e entregue pelos gerentes e alto escalão da empresa.
Já avisamos para a direção da USIMINAS que o abaixo assinado e a pressão feita pela chefia e pelos pelegos traíras ligados ao Boca Roxa não tem validade.

Não podemos deixar que o chefe que ganha altos salários e PLR gordas, sem contar os que já estão aposentados, aprove a redução de salários dos trabalhadores, sendo que os mais prejudicados serão aqueles que já recebem baixos salários e que 15% a menos compromete o pagamento de bens básicos, como moradia, comida e saúde. 

A USIMINAS continua sua campanha mentirosa para tentar impor a redução de salários aos trabalhadores. 
Nos seus boletins e nos jornais da cidade, a USIMINAS divulga sempre o mesmo dado acerca da projeção da situação econômica de outros setores da economia. Mas continua a esconder os dados reais dos resultados que ela já alcançou fruto do trabalho dos metalúrgicos. 

  • LUCRO BRUTO

No primeiro trimestre de 2015 foi de R$ 244 milhões, um aumento de 319% em relação ao 4º trimestre de 2014. A Margem de Lucro Líquido também foi positiva, 3,24%.

  • OS METALÚRGICOS JÁ ESTÃO TRABALHANDO MAIS E RECEBENDO MENOS

Houve um aumento da produção de aço por trabalhador entre maio de 2014 e abril desse ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso significa que a USIMINAS já está lucrando mais em cima de cada trabalhador, aproximadamente, 2,92%.

  • CRESCIMENTO DO EBTIDA DEVIDO A SIDERURGIA

O EBTIDA (dado que mede a valorização do patrimônio da empresa) ajustado do 1º trimestre de 2015 foi de 379,5 milhões de reais, aumento de 25,8% em relação ao 4º trimestre de 2014. O relatório da própria USIMINAS diz que esse resultado foi “devido principalmente ao melhor desempenho da Unidade de Siderurgia”. Só na Siderurgia, o EBTIDA foi de R$337 milhões, um aumento de 26%. 

  • NOVOS PROJETOS

O próprio presidente da Usiminas, Romel, anunciou que o governo Dilma acabou de lançar mais um projeto para beneficiar as empresas através da privatização de rodovias, portos, ferrovias e aeroportos, o que vai gerar mais lucros para as empresas, como as siderúrgicas com a produção de mais aço. O que vai beneficiar diretamente a USIMINAS.
Como a própria direção da usina afirma: “sua produção de aços especiais para a construção civil dá à empresa vantagem na participação dos grandes projetos de infraestrutura e eventos esportivos nos próximos anos, no Brasil”. 

 

A EMPRESA LUCROU MUITO E OS SALÁRIOS NÃO AUMENTARAM  

2014

Até novembro do ano passado, data base da categoria, o grupo USIMINAS teve um lucro líquido de R$ 326 milhões. Só na Siderurgia, o lucro bruto aumentou 40% em relação ao ano anterior e o lucro operacional foi de R$ 106 milhões, crescimento de 324%. Mas na Campanha Salarial a primeira proposta dela não repunha nem a inflação. E depois de muita mobilização, o reajuste foi de 6,34%, apenas o INPC, ou seja, só repôs as perdas que já tivemos durante o ano. 

 

2013

O Lucro bruto da empresa, de setembro de 2012 até setembro de 2013, foi de 1,157 bilhões, um aumento de 68% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Mas na Campanha Salarial o reajuste foi de  6%, sendo apenas 0,42% acima da inflação. 

Ou seja, em 2013 o Lucro bruto cresce 68%, mas o salário só 0,42% e a PLR foi 1,35 do salário. Em 2014, o Lucro Bruto cresceu 40% , mas os salários não aumentaram, apenas repôs a inflação e a PLR foi uma vergonha de 0.6 do salário. 

 

E essa reposição já foi corroída pela alta dos preços. Desde novembro do ano passado até maio, a perda salarial com a inflação já soma 7%. E agora a empresa ainda quer cortar de 14% a 16% dos salários. No total a perda seria de aproximadamente ¼ do salário. E para a empresa a redução proposta dos salários não representa nem 1% do Lucro dos patrões.
Comparando os reajustes dos  trabalhadores da USIMINAS com os de outros trabalhadores do ramo industrial a perda acumulada é de 6,69%. Ou seja, em outros setores  e mesmo na siderurgia os trabalhadores tem salários bem maiores que os nossos. 

 

 

 

 

 

 


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